Conferência de Potsdam


(Ocupação militar na Alemanha)

Na Conferência de Potsdam (de 16 de julho à 2 de agosto de 1945), após a rendição alemã da segunda guerra em 8 de maio de 1945, os Aliados dividiram o que era então determinado de “Zona de Ocupação Germânica” em quatro zonas de ocupação militar – Francesa no sudoeste, Britânico no Noroeste, Norte Americano no Sul e Soviético no Leste. O objetivo desta divisão era incorporar tratados de paz a fim de retardar efeitos pós-guerra.


(Attlee, Truman e Stalin)

Os principais participantes da conferência eram Josef Stalin (representante da USSR), Winston Churchill(representante da Inglaterra, que foi substituído posterior mente por Clement Attlee devido eleições britânicas) e Harry Truman (representante dos EUA).

Consequências da Conferência de Potsdam

  • Reversão de todas as anexações Alemãs na Europa após 1937 e a separação da Áustria da Alemanha.
  • Estabelecimento dos objetivos da ocupação da Alemanha pelos Aliados: desmilitarização,denazificação, democratização e descartelização.
  • O Acordo de Potsdam, que denunciava a divisão da Alemanha e da Áustria em quatro zonas de ocupação (anteriormente decidido na Conferência de Ialta), e a similar divisão de Berlim e Viena em quatro zonas (americana, britânica, francesa e soviética). Posteriormente, em 1961, a zona soviética seria isolada das demais pelo Muro de Berlim.
  • Julgamento dos criminosos de guerra Nazis.
  • O estabelecimento da fronteira da Alemanha com a Polônia nos rios Rio Oder e Neisse ("linha Oder-Neisse").
  • A expulsão das populações Germânicas permanecentes fora das fronteiras da Alemanha.
  • Acordo sobre as indenizações de guerra. Os Aliados estimaram as suas perdas em 200 bilhões ou 200 mil milhões de dólares. Após insistências das forças ocidentais (excluindo assim a URSS), a Alemanha foi obrigada apenas ao pagamento de 20 bilhões ou 20 mil milhões, em propriedades, produtos industriais e força de trabalho. No entanto, a Guerra Fria impediu que o pagamento se processasse na totalidade.
  • Stalin propôs que a Polônia não tivesse direito a uma indenização direta, mas sim que tivesse direito a 15% da compensação da União Soviética (esta situação nunca aconteceu).

Os Aliados editaram a Declaração de Potsdam que ultimou os termos de capitulação do Japão.

Todos os outros assuntos seriam tratados na conferência de paz final, que seria convocada assim que possível.

Enquanto que a fronteira entre a Alemanha e a Polónia foi praticamente determinada e tornada irreversível através da transferência forçada de populações, facto acordado em Potsdam, o Ocidente queria que na conferência final de paz se confirmasse a linha Oder- Neisse como marco permanente. Dado que a II Guerra Mundial nunca foi terminada com uma Conferência de Paz formal, a fronteira Germano-Polaca foi sendo confirmada com base em acordos mútuos: 1950 pela República Democrática Alemã, 1970 pela República Federal Alemã e em 1990 pelaAlemanha já reunida. Este estado de incerteza levou a uma grande influência da União Soviética sobre a Polónia e Alemanha.

Os aliados ocidentais, especialmente Churchill, mostraram-se desconfiados das jogadas de Stalin, o qual já tinha instalado governos comunistas em países da Europa Central sob sua influência; a conferência de Potsdam acabou por ser a última conferência entre os Aliados.

Durante a conferência, Truman mencionou a Stalin uma "nova arma potente" não especificando detalhes; Stalin, que ironicamente já sabia da existência desta arma muito antes ainda de Truman saber da mesma, encorajou o uso de uma qualquer arma que proporcionasse o final da guerra. Perto do final da conferência foi apresentado ao Japão um ultimato (ameaçando uma "rápida e total destruição", sem mencionar a nova bomba), e após o Japão o ter recusado foram lançadas bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki a 6 e 9 de Agosto, respectivamente. Truman tomou a decisão de usar armamento atômico para acabar com a guerra enquanto esteve na conferência.